Da origem humilde ao sonho de viajar ao exterior

O caminho percorrido e a dedicação à família da auxiliar administrativa Dalvany Silva, do laticínio de Teodoro Sampaio

 

A auxiliar administrativa Dalvany Florentino Guerra Silva, do laticínio de Teodoro Sampaio (SP), tem origem humilde. O pai, Jandoir, e a mãe, Isabel, são nordestinos e se mudaram para o interior de São Paulo em busca de uma vida melhor. Tiveram oito filhos, incluindo ela e o irmão Feliciano Guerra Neto, o Shel, que se tornaria sócio da Quatá. “Nunca faltou alimento em casa, mas era tudo bem contado”, ela lembra.

 

Aos 8 anos, Dalvany já fazia alguns bicos. Começou acompanhando a mãe, trabalhadora rural, em atividades como plantar eucalipto, colher algodão e cortar cana. “Eu ia principalmente nos fins de semana”, conta.

 

Além disso, ela vendia pela vizinhança os salgados que a mãe preparava. A família morava a poucos quarteirões da Quatá, e os caminhoneiros que levavam leite ao laticínio eram alguns de seus principais fregueses. Com 10 anos, foi trabalhar para uma família da cidade, ajudando a cuidar de crianças e em tarefas domésticas como lavar a louça.

 

Dalvany não só trabalhava quando criança, mas também brincava muito na rua. Jogava bets, ou taco, como o esporte é conhecido em muitos lugares, brincava de queimada e chegou a ser campeã em torneio de bola de gude.

 

A partir dos 12 anos, passou a atuar em empresas. Trabalhou em clínica veterinária, comércio agropecuário e escritórios de contabilidade até que, em 1994, aos 20 anos, ingressou na Quatá. Desde então, já passou por diferentes áreas, como RH, finanças e fomento, e hoje é responsável pela emissão e controle de notas fiscais. Paralelamente ao trabalho, fez duas faculdades, de história e geografia.

 

Dalvany tem dois filhos: Aleandro, de 25 anos, fruto de um relacionamento anterior, e Thiago, de 16, do casamento com Ivan. Ela tem muito orgulho da forma como ela e o marido sempre apoiaram um ao outro. Quando se conheceram, fazia alguns anos que Ivan tinha concluído o ensino médio e sonhava em retomar os estudos. Com o incentivo dela, desde então, fez vários cursos. Formou-se técnico de segurança do trabalho, fez duas faculdades (gestão ambiental e engenharia civil) e duas pós-graduações (em auditoria e perícia ambiental e em engenharia de segurança do trabalho), além de uma terceira, em sistemas de informação, que não chegou a concluir. No total, já foram 13 anos de estudo desde que se conheceram.

 

Curiosamente, Ivan fez engenharia civil junto com o filho mais velho de Dalvany. “Ele e o Aleandro eram da mesma classe”, conta. Os dois também trabalham na Quatá. Atualmente, ela se prepara para um momento que costuma causar certo aperto no coração de muitos pais: o dia em que os filhos saem de casa. Aleandro vai se casar em janeiro.

 

“Gosto de pensar que o casamento do meu filho está trazendo para a nossa família uma nora maravilhosa, uma espécie de filha que não tive”, ela conta. “Mas, quando imagino o quarto dele vazio daqui a algumas semanas, sinto uma leve dorzinha também.” O caçula, que cursa o segundo ano do ensino médio, pretende estudar medicina e começou recentemente a trabalhar como jovem aprendiz em um escritório do qual o pai é sócio. Dalvany sente-se realizada com a união e a evolução de sua família, o que inclui também os pais, os irmãos e os sobrinhos.

 

Viajar é uma de suas atividades favoritas. A família já fez diversas viagens de férias pelo Brasil, incluindo uma para Natal que lhe deixou as melhores lembranças. O sonho agora é conhecer outros países. “Nos próximos anos, quero fazer pelo menos uma viagem para a Europa e outra para os Estados Unidos”, planeja. A viagem para os Estados Unidos tem um motivo especial. Dalvany quer visitar a sobrinha Natália, que há sete anos foi fazer um intercâmbio no país e acabou se estabelecendo em Nova Orleans, no estado da Louisiana. O amor pela família vai longe.

 

“Gosto de pensar que o casamento do meu filho está trazendo para a nossa família uma nora maravilhosa, uma espécie de filha que não tive. Mas, quando imagino o quarto dele vazio daqui a algumas semanas, sinto uma leve dorzinha também.”

 

Dalvany com o marido, Ivan

 

Dalvany com o marido, os filhos Aleandro e Thiago e a nora, Patrícia

 

Com os pais e os irmãos